Na semana em que a
Lei Maria da Penha, uma norma criada para combater a violência
doméstica contra a mulher, completa 12 anos de sua sanção, o
Brasil assiste estarrecido em seus mais diversos meios de comunicação
a notícia do crime de feminicídio cometido contra uma advogada por
seu marido no Paraná.
A vítima com nível
universitário, o que per si a colocava dentro de uma elite em nosso
País, de menos de 10% de nosso povo com diploma universitário, não
teve como se defender contra a violência que lhe foi perpetrada por
seu companheiro, um professor universitário, de quem se esperava um
comportamento de maior civilidade, dentro do senso comum que paira
sobre nós de quem é o chamado “cidadão de bem”.
Também não recebeu
apoio de seus vizinhos, apesar de vários declararem haver escutado e
testemunhado as agressões, se escudando na máxima de que “em
briga de marido e mulher não se mete a colher”.
Em São Paulo, foi
encontrada o corpo da PM brutalmente assassinada após haver revelado
sua profissão depois de ter seu aparelho celular subtraído, um
crime igualmente desproporcional e bárbaro.
Ao Norte do Brasil,
na fronteira de Roraima com a Venezuela, a Justiça determina o
bloqueio de tal passagem, determinando a proibição da entrada em
nosso território de pessoas perseguidas pelo regime totalitário que
se instalou lá, o qual, inclusive, contava com o apoio de nosso
governo há pouco tempo, o Mercosul deve funcionar para fins
econômicos, mas se esquecem dos humanitários.
Para completar este
cenário, um militar candidato a um cargo público profere
publicamente frase claramente racista e discriminatória contra
indígenas e negros.
O que vemos e nos
agride, em maior ou menor escala, são atos que ferem, de forma
diversa, variados bens da vida, ou melhor dizendo, Direitos Humanos,
ou, também, na esfera constitucional brasileira, Direitos e
Garantias Fundamentais, os quais integram o patrimônio individual de
cada um de nós e, ao mesmo tempo, ao coletivo, de todos os cidadãos,
seja de nosso País, seja dos maios diversos recantos desta Gaia.
Em face de tais
feridas cabe duas atitudes, defender a integridade dos direitos
agredidos e buscar a punição dos responsáveis, dentro das normas
colocadas, e sem nos deixar seduzir pelo discurso fácil das
“vendetas”, visto que há muito já superamos a fase da Lei de
Talião onde se pagava “olho por olho e dente por dente”.
Mano também é uma
gíria popular para designar carinhosamente a um irmão ou pessoa
próxima, e todo ser humano merece ser reconhecido como um Irmão em
seus Direitos Fundamentais.
Aceitar a agressão
ao próximo hoje é abrir mão de nossos próprios direitos, que
poderão estar sendo agredidos amanhã, ante a universalidade e
natureza coletiva dos Direitos Humanos, cabendo assim a todos nós a
conscientização sobre tal situação e a defesa intransigente de
todos eles, para todos nós.
Sejamos defensores
dos Direitos dos Manos!