Política é a arte de governar e
conciliar interesses, segundo Aristóteles, seu objetivo seria a felicidade
humana.
No início das sociedades humanas
era exercida de forma direta, com os indivíduos manifestando suas opiniões em reuniões de seus agrupamentos.
Todavia, com o crescimento dos
grupos sociais e a especialização das atividades dos integrantes, houve a
necessidade de criação da democracia representativa, onde os indivíduos escolhem
pessoas que irão representá-los e tomar decisões em seu nome, em reuniões de grupos menores.
No início destas assembleias, não
haviam partidos políticos, mas meros grupos que defendiam interesses comuns, as
facções políticas, as quais se agrupavam de acordo com as necessidades e
oportunidades.
Com o decorrer do tempo, tais
facções foram se aperfeiçoando e surgiram os partidos políticos, uma união de indivíduos
que defendem uma mesma ideologia, organizados na busca de conquistar e manter o
poder.
Assim, o jogo democrático
pressupõe o debate de idéias de diferentes ideologias, representadas pelos
partidos políticos, na busca da conquista dos votos dos cidadãos, concedendo
igualdade de oportunidades entre os concorrentes e liberdade de escolha aos
eleitores.
A democracia real somente
ocorrerá quando houver real possibilidade das minorias não só participarem das
eleições, mas, também, de efetivamente conquistar o poder.
Para tanto, deve se estabelecer
regras para garantir a existência e a lisura do debate democrático, evitando
abusos dos mais diversos, como dos meios de comunicação, do poder político,
econômico e, mais recentemente, até religioso, com sacerdotes abusando da
influência da fé que propagam para obter sufrágios aos seus candidatos.
O cerne de todo este sistema é
privilegiar o debate de idéias.
Entretanto, desde o início desta
década, no Brasil veio se criando um clima de polarização, onde, antes de
discutir idéias, optou-se pela defesa de lideranças messiânicas, deixando
projetos nacionais e planos de governo vários planos para trás.
Os opositores deixaram de ser
debatedores de idéias e passam a ser tratados como inimigos a ser combatidos, e
os grupos adotam comportamento típicos da piores torcidas organizadas de
futebol, muitas vezes partindo para a violência física.
Com a discussão relegada ao
segundo plano, a desconstrução do adversário vira prioridade, e o anonimato
propiciado pela internet,
principalmente em suas redes sociais, virou campo fértil para a disseminação
das fakenews, com o compartilhamento de
notícias das mais absurdas e criminosas, sem qualquer compromisso com a
verificação da verdade, por mais grave que seja o conteúdo.
Nesta briga de torcidas,
demonstrar a falsidade de notícias compartilhadas, buscar debate ideológico e
formular críticas políticas aos escolhidos pelos torcedores é uma ato
inaceitável.
Em tempos de extremismo e
política de ódio, o revolucionário é pensar diferente.
Seja revolucionário, leia, pesquise,
interprete, debata, o diálogo entre os cidadãos é construtivo e o melhor para
nossa sociedade.