Desde seu anúncio, pela Presidente Dilma e o
Ministro da Saúde Antônio Padilha, o Programa “Mais Médicos”, que visa à
contratação de profissionais para atuarem em localidades com carência em
assistência médica, vem causando inúmeras polêmicas.
Acaloradas discussões vem sendo travadas acerca
das causas da falta de profissionais médicos pelo interior e periferias do País,
tendo sido levantados diversos fatores, tais como baixa remuneração e ausência
de infraestrutura.
Independente das causas de tal problema, as quais
necessitariam um aprofundado estudo a fim de serem eliminadas, o Governo Federal
foi em frente com o programa, promovendo um conturbado sistema de inscrições e seleção,
no qual foram aceitos, inclusive, médicos estrangeiros e brasileiros formados
no exterior e sem diplomas revalidados no Brasil.
Mesmo com tais critérios, que geraram novas
discussões, o número de profissionais interessados, ficou muito abaixo das
metas inicialmente estabelecidas.
Assim, para não ver mais um de seus programas
naufragar prematuramente, a Presidente Dilma, seguindo o modelo adotado por
países de desenvolvimento social inferior ao brasileiro, como Bolívia, Equador,
Venezuela e Haiti, decidiu pela “importação” de quatro mil médicos cubanos.
A parceria foi fechada com a intermediação da Organização
Pan-Americana de Saúde, e o governo pagará dez mil reais por cada médico a
entidade, que repassará os valores ao governo cubano, sendo este que irá
decidir quanto repassará para cada profissional.
Uma operação no mínimo questionável em pleno
século XXI, onde os mais basilares direitos fundamentais relacionados à
liberdade e ao trabalho deixam de ser observados, reduzindo estes profissionais
médicos à qualidade de mercadoria, que é negociada pelo governo ditatorial de
seu país, um neoescravismo em plena era digital.
Causa maior espanto que a operação seja
patrocinada pela administração do Partido que se autodenomina “dos Trabalhadores”.
Enfim, fica o questionamento moral: é correto
buscar o minoramento das mazelas sociais de um povo se utilizando das lamúrias
e descaso a que é submetido outro?