No país do mensalão, chama atenção o marasmo da atual campanha eleitoral.
A explicação corrente, noticiada nos jornais, é a falta de recursos, decorrente do receio de empresas verem seus nomes ligados a escândalos de favorecimento e corrupção, como a recente operação Lava Rápido da Polícia Federal.
Há, ainda, a questão do julgamento, pendente no Supremo Tribunal Federal, da Ação de Inconstitucionalidade das doações por parte de empresas, a qual já tem maioria formada contra a doação de pessoas jurídicas a campanhas.
As regras da legislação eleitoral visam proporcionar uma maior igualdade entre os candidatos, observada a representatividade dos partidos a qual se vinculam, a fim de que se garanta um pleito igualitário e democrático.
Outrora nosso Congresso já abrigou a nata intelectual, grandes oradores e juristas de renome.
Com a elevação dos custos de campanha, passaram a predominar representantes de grupos e interesses econômicos.
Certo é que a questão financeira das campanhas sempre foi uma caixa preta e, que pese a implementação de instrumentos cada vez ais rígidos de controle pela Justiça Eleitoral, a existência de caixa dois ainda perdura.
A diminuição do fluxo de recursos para as campanhas é salutar e positiva, e valoriza o debate de ideias, programas e biografias, em detrimento de um sistema abundante de recursos onde o marketing eleitoral vende candidatos como produtos de supermercado.
Esperamos que este horizonte se confirme e traga de volta a vida política ainda mais pessoas interessadas em tratar do bem da comunidade e desvinculadas de interesses financeiros, muitas vezes dos mais escusos.
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