Rui Barbosa dá título a esse artigo riquíssimo de nossa história em que critica o apoio a Floriano Peixoto afirmando não ser e não poder ser ele o destinatário dos votos e intenções da ideia conservadora.
A transferência ao Marechal Floriano do direito de pensar dos conservadores era um erro para Rui. Neste episódio a crítica é à força do Marechal para conter a Revolução que vinha do Rio Grande do Sul, em 1893. Diz ele em seu libelo: “Conservar não é apoiar os destruidores.
Conservar não é contribuir para a desorganização das instituições.
Conservar não é derramar sangue desumana e inutilmente.
Conservar não é impelir irmãos contra irmãos.
Conservar não é levantar ódio entre as províncias federadas.
Conservar não é oprimir, não é abdicar, não é empobrecer, não é matar.
A conservação, que pregais, é a do homicídio em massa, é a da ruína geral, é a da miséria, e a do aniquilamento, triste pedestal à imensidade solitária de um crime incomensurável, que se conspira nas trevas, preparando na desordem, obra de sua política, a justificação que a deve coroar.
A conservação é a paz, é o direito, é a liberdade legal; é a submissão de todos os poderes à carta fundamental de nossa existência regular (...) e indaga Rui: ”E vos sois os conservadores, vós os que emprestais os ombros aos arremessos da demolição sistematizada? Conservadores vós, os colaboradores, os cúmplices, os co-réus da nossa subversão constitucional? Conservadores os que não encontram uma censura para os mais violentos abusos? Os que não tem um tremor d ´alma ante os mais criminosos desregramentos do poder? Os que formam o coro laudatório deste desmantelamento geral da legalidade republicana?”
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