Para os que não sabem ou não se recordam, mesmo tendo sido guindado à Presidência após a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, Jango, que era seu Vice-Presidente, ocupava o cargo em razão de votação própria que recebera, sendo que naqueles idos a eleição presidencial não era realizada por chapa, mas individualmente.
Jango, que já era Vice de JK, reelegeu-se por seus méritos para o cargo de Vice-Presidente, mesmo com a derrota de seu candidato à Presidente Marechal Lott.
Inicialmente, buscaram impedir-lhe a posse, após, de forma sub-reptícia, impuseram-lhe um regime Parlamentarista, tirando-lhe a chefia de governo, o que foi derrubado, em plebiscito, em 1963.
Assim, temos que o golpe que sobreveio em 1964 maculou a Democracia duplamente.
Sob a desculpa de proteger a Nação da ameaça comunista, os militares, apoiados pelo governo estadunidense, instituíram uma Ditadura que trouxe um dos períodos mais negros de nossa história republicana, a qual já se iniciara com outra quartelada.
Ficaram 21 anos no Poder, período no qual passaram a legislar por Decretos-Lei, os famigerados Atos Institucionais (AIs) e fizeram 2 Constituições, tudo ao seu bel prazer.
Cassaram mandatos e direitos políticos, instituíram eleições indiretas, exilaram oposicionistas, censuraram meios de comunicação e, na pior de suas ações, institucionalizaram a tortura e a morte como forma de repressão.
De outro lado, alguns grupos de esquerda radicalizaram e partiram para a guerrilha armada, inclusive praticando crimes, como sequestros e roubos a banco, como forma de financiar as suas ações.
Enfim, um período negro de nossa história onde os dois lados cometeram crimes contra os mais basilares Direitos Humanos, e que de forma alguma deve ser esquecido, para que não repitamos aqueles erros.
Depois de 31 de Março de 1964 vieram 21 anos de 1º de abril.
Ditadura nunca mais! Seja de direita ou de esquerda, liberdade e democracia sempre!
Como sempre digo, a omissão é a máscara dos covardes, exponho e me responsabilizo por meus pontos de vista.
Para concluir, fico com a máxima de Voltaire: "Não concordo com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las".
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