Compra de votos na votação de projetos importantes, “rachadinha” de salário de assessores, “compra” de Deputados com cargos, se você pensou nestes ou outros fatos objeto de denúncia Brasil afora, quando falamos do Poder Legislativo, desta vez, se enganou.Tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo o Projeto de Resolução nº 46/2023, que “Autoriza a criação e construção do "Shopping Assembleia" no atual estacionamento de funcionários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.”.
Conforme consta do projeto, a efetivação do empreendimento se dará por meio de uma parceria público privada (PPP) e o estabelecimento “será aberto ao público e contará com lojas de produtos e serviços, além de praça de alimentação, cinemas, academia etc., consoante as tendências mercadológicas do setor.”.
Em meio a intensos debates sobre a qualidade de ensino na rede pública estadual, com tentativas de supressão da distribuição de livros físicos e aquisição de livros digitais por meio de procedimentos questionados. Críticas à segurança pública, com crescentes índices de criminalidade, causando insegurança à população, apesar dos reiterados episódios de abuso policial e a aceleração de um pouco debatido e açodado projeto de privatização do saneamento básico e do transporte coletivo sobre trilhos, parece que o legislativo paulista terá que se concentrar num projeto não relacionado a qualquer política pública relevante e que mais parece agradar ao mercado.
Questiona-se ainda o local da edificação, visto que o estacionamento encontra-se integrado às áreas verdes dos jardins da casa de leis, onde, também está instalado o equipamento cultural chamado Museu de esculturas ao ar livre da Alesp, numa área nobre da capital paulistana, defronte ao Parque do Ibirapuera.
Tem se tornado constante a troca de áreas verdes e abertas por caixotes de vidro e concreto, sempre no mais “lídimo” interesse dos ganhos financeiros do mercado e a situação parece ser mais uma vez esta.
Em recentes pesquisas de opinião pública realizadas, os políticos, partidos e casas de leis tem recebido índices baixos de confiabilidade, demonstrando sua falta de legitimidade e representatividade junto à população em geral.Projetos como este, casuísticos e desvinculados de qualquer interesse público imediato, só colaboram coma situação acima verificada.
A democracia deve avançar, mas para que cumpram suas funções adequadamente, os representantes do povo devem agir com responsabilidade e coerência no exercício de seus mandatos, buscando fiscalizar e colaborar na implementação de políticas públicas das quais a população é carente.
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