quarta-feira, 12 de abril de 2017

TV Digital: a verdade por trás de toda a propaganda.

Durante meses fomos massacrados com propagandas e inserções na programação das emissoras de televisão alertando acerca do desligamento das transmissões por meio de sinal analógico e os avanços que significaria a recepção exclusivamente por meio de sinal digital, sendo vendida a versão que só teríamos a ganhar.
Agora, consumada a transição de uma a outro sistema de transmissão, já podemos tirar as reais conclusões de que foram os beneficiados com tal migração.
Primeiramente, para se adaptar a novo sistema, tínhamos duas opções, comprar um conversor digital ou um novo aparelho de televisão.
Para os cidadãos de baixa renda, foi promovida uma ampla distribuição gratuita de conversores e todos os demais equipamentos necessários à adaptação, dos quais a aquisição pelo Governo Federal foi custeada com os tributos da população em geral e espera-se que, pelo menos, por meio de um procedimento licitatório sem desvios.
Os demais cidadãos, não gozadores de tal benesse, tiveram que desembolsar seus próprios recursos na aquisição de tais equipamentos, beneficiando o setor de eletro-eletrônicos, da mesma forma como aqueles que optaram por adquirir novos televisores.
Superada tal fase, quanto à recepção do sinal digital, vê-se que, na maioria das localidades, a gama de canais disponíveis ou acessíveis à recepção ficou muito reduzida, quando não restrita a um único da rede de maior audiência, não se mostrando a transição vantajosa à população.
Assim, muitos optaram por migrar para os sistemas de TV por assinatura, o que representou gastos adicionais e um ganho a favor deste setor, em detrimento, mais uma vez, de nossa população.
Aos que já eram assinantes, temos, ainda, mais uma realidade, determinadas emissoras, baseadas na legislação da TV Digital, passaram a reivindicar pagamento pela utilização de seu sinal pelas distribuidoras de TV por assinatura.
Assim, parcela dos assinantes ficou sem o sinal de vários canais que tinham anteriormente.
Outrossim, os que não tiveram tal corte na programação, certamente serão no futuro afetados com o repasse dos custos em suas faturas mensal.
Por fim, temos o enorme passivo ambiental representado pela troca de equipamentos, com o descarte de elevada quantidade de televisores e antenas de forma inadequada, para os quais o poder público não se preparou da forma necessária para coletar e dar a destinação recomendada, por meio da reciclagem de componentes.


Pelo que vemos, interesses econômicos de alguns setores foram os grandes beneficiados com a migração digital, os custos, diretos ou indiretos, foram passados à população e os benefícios ficaram para as calendas.