sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Halloween e Cultura Nacional

A Comemoração do Halloween, segundo registros históricos, remonta a antigos cultos pagãos e é realizada, principalmente, nos Estados Unidos e outros países anglo-saxônicos. Como realizada atualmente, é mescla de diversas tradições, tendo preservado pouca coisa de seu espírito original.


Com a globalização, internacionalização das empresas e formação de blocos econômicos, difundiu-se a necessidade do conhecimento da língua inglesa e, em consequência, das escolas para tanto, as quais, junto com o ensino do idioma inglês, trouxeram a difusão de elementos culturais, dentre os quais as festas do Halloween e do Dia de Ação de Graças.

Assim, de alguns anos para cá, tornou-se comum a realização, também aqui no Brasil, de festas e bailes à fantasia alusivos ao Halloween, o que tem gerado críticas por parte de alguns, por não se tratar de uma manifestação integrante da cultura nacional.

Entretanto, temos que a cultura não é um elemento estanque, congelado e insusceptível a influências, que se diga da cultura brasileira, multifacetada como é e fruto da miscigenação de diversos povos.

O próprio Carnaval tem sua origem remota em cultos pagãos, sendo que, ainda, apesar de estarmos no hemisfério sul, seguimos o calendário comemorativo europeu com relação a muitos outros festejos, devido nossa origem colonial portuguesa.

O Halloween se mostra uma festa divertida e compatível como espírito alegre do brasileiro, e, por outro lado, não vem sendo imposta como forma a suprimir quaisquer de nossas tradições, pelo contrário, vindo a se juntar a estas, até como forma de termos uma visão mais panorâmica da diversidade cultural mundial neste terceiro milênio, trocando experiências e congregando os povos.

A reserva de mercado demonstrou ser meio ineficaz a proteger economias, que se diga com relação à cultura, muito mais dinâmica e aberta.

Xenofobia e discriminação não são as melhores formas de defesa da cultura nacional para nós que queremos defende-la, havendo uma via de mão dupla, com todo o mercado mundial disposto a conhecer e admirar os belos elementos de nossa e de outras culturas, cabendo a nós sabermos cultivá-los e difundi-los.

O que vem do coração, estando no sentimento e na mente do POVO, não precisa de proteção, porque tem neste a maior das forças em sua defesa.

P.S.: para quem não sabe dia 31 de outubro também é comemorado o Dia do Saci, assim festeje do seu jeito e ao seu gosto.


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Diversidade e Respeito

Em solenidade pública na Escola de Governo do Estado do Paraná, ao comentar a ação da Administração em combate ao Câncer de Mama, o Governador Roberto Requião proferiu frase relacionando a ocorrência de tal doença em homens à realização de Passeatas Gays.


Tal declaração gerou imediata indignação de representantes e militantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), deixou a sociedade espantada e levou o Governador a prestar declaração no sentido de que sua fala teria sido proferida em tom de brincadeira.

Diversas esferas de Governo, independente de matizes partidárias, vem promovendo políticas públicas de valorização das diversidades, as quais sempre marcaram e caracterizaram a sociedade brasileira, de modo a promover tais parcelas da sociedade que classificam-se como minorias ou historicamente discriminadas, dentre as quais podemos incluir os afro-descendentes, indígenas, ciganos, dentre outros mais.

Mais atualmente, ganha destaque a questão dos grupos LGBT, que vem buscando sua afirmação com a busca de seu espaço e de seus direitos, deixando o marginalismo a que estavam relegados, e mostrando-se importante ator social, o que, por outro lado, tem despertado injustificada e desmedida reação violenta por parte de grupos segregacionistas.

Os homens públicos devem lutar pelo fim de qualquer forma de ódio ou discriminação, buscando a harmonia da sociedade, e devem ter plena consciência do peso desta responsabilidade e de suas declarações.

Questões relevantes como as tratadas na fala supramencionada são sérias demais para serem objeto de qualquer tipo de brincadeira.

Ademais, há de se levar em conta, também, o sofrimento pelo qual passam os homens e mulheres acometidos por tal enfermidade, a qual ceifa vidas continuamente e não restringe seus desalentos à pessoa do enfermo, mas a toda sua família.

Os verdadeiros políticos, homens públicos na melhor acepção do termo, não se destacam pela força, mas sim pelo RESPEITO que despertam na sociedade, o que não é conquistado com brincadeiras ou preconceitos.