quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Nossa amizade jamais terminaria por política...

 "Não, não foi  por política! Nossa amizade jamais terminaria por política...


Terminou por outras razões...entre elas, é que não temos mais nada em comum, não partilhamos dos mesmos ideais, ideologias, sonhos e escolhas...


Eu sou Renato Russo, Cazuza, Lulu Santos... você é Amado Batista.


Eu sou dos livros, revistas, jornais, noticiários...você do Fake News.


Eu sou pela democracia... você pela ditadura.


Eu sou pelas diferenças, pela inclusão, pela aceitação...você é excludente.


Eu sou universidade...você é corte de verba.


Eu sou caridade, você  dízimo.


Eu sou  paz... você é teoria de conspiração.


Eu respeito hospitais... você acha normal  uma invasão.


 Eu sou Paulo Freire, eu sou Darcy Ribeiro...você é Olavo de Carvalho.


Eu bato palmas para o filho do porteiro que se forma...você não! 


Eu sou pela  Vacina, SUS e Ciência... você é cloroquina e ivermectina.


Eu sou pelo coletivo, pela justiça social, bolsa, auxílio...você apoia privilegiados.


Eu sou fauna e vida... você é caça.


Eu sou coragem...você covardia.


Eu acredito na moral das fábulas... você acredita em kit gay nas escolas.


Eu acredito no Espírito, em vida além da terra... você é pena de morte.


Eu sou poesia, rima, leveza, feijoada... você é fuzil.


Eu sou mato, bicho, verde, floresta, sombra... você é fogo, trator e tora.


Eu sou cachaça...  você mamadeira de piroca.


Eu sou todas as cores... você tolera  racismo.


Eu sou igualdade, liberdade... você opressão.


Eu sinto muito e tanto, e sofro... você é vida que segue.


Eu sou pelo amor... você fortalece  a homofobia.


Eu sou pela evolução, você retrocesso.


E por fim... nossa amizade acabou porque o Jesus que eu gosto é amor e o seu faz arminha...


Gratidão por ajudar a me conhecer e também a   "reconhecer"..."


*Autor Desconhecido




sexta-feira, 10 de setembro de 2021

O "novo" Bolsonaro.


“Segundo Espinosa, é uma ilusão imaginar que um homem autoritário  poderia se tornar um homem justo se assim o quisesse, como se a passagem da tirania  à justiça   dependesse  de um ato de vontade de tal homem.

É ilusão ainda maior imaginar que quem promove a morte e a ignorância um dia mudará e passará a cultivar a vida e o conhecimento. Esse tipo  de ilusão é comum aos que se colocam  como “neutros” politicamente, além de ser a máscara esperta  dos dissimulados que tiram proveito comercial da ignorância e da necropolítica , porém posam de indignados em “notas de repúdio”  cínicas. 

Essa ilusão psicológica, que se torna trágica no campo da política, nasce da  crença que se alimenta de uma passionalidade emotiva, que abdica de agir e passa a “esperar” que, enfim, o carrasco se tornará um amigo empático ao nosso sofrimento. 

Publicamente,  o carrasco até finge que mudará, mas entre os seus ele ri e zomba enquanto afia seus instrumentos de tortura. Se um homem autoritário , perverso e torturador   não consegue se tornar alguém diferente,  é porque disso ele não é capaz, ou seja, essa incapacidade é uma amostra pública não da  impotência  de sua  vontade, mas da natureza vil de seu caráter, um caráter de torturador sádico. 

Se olharmos para aquilo que ele de fato  é,  e  não com  esperanças cegas  de como ele deveria ser, veremos que o torturador tem uma vontade bem determinada. Determinada não em mudar, e sim  determinada em continuar a  torturar: a nós, aos doentes, a democracia. 

Se um homem alcançou o poder por intermédio do voto não escondendo  de ninguém que é autoritário, genocida, preconceituoso, misógino... é uma ilusão achar que ele mudaria de natureza exatamente quando chega ao poder, como pensavam que  mudaria,  e ainda pensam que  vai mudar , setores da mídia golpista e parte do judiciário que apoiaram e ainda apoiam , por cumplicidade, covardia  ou conveniência,  o genocida. Bastou o genocida escrever ontem, a quatro mãos com o golpista Temer, um bilhete ambíguo se dizendo um arrependido, bastou isso para a bolsa subir e o mercado voltar a estender a mão para o fascismo, sinalizando estar disposto  a pagar qualquer preço que impeça a vitória de um projeto   popular e progressista em  2022.

Segundo Espinosa, a obtenção de  poder nunca tornará um tirano democrata, a não ser em palavras, enquanto ele ganha tempo para melhor planejar na surdina suas vilezas. 



A obtenção de poder tornará esse homem ainda mais despudorado  em ser como ele é , ao mesmo tempo que conseguirá reunir com mais submissão gente ao redor dele, gente que é como ele  , mas que tinha vergonha de assumir sua ignorância e baixeza  em público. 

Por outro lado, isso também deixará mais evidente quem é diferente dele e de seu rebanho lunático , e a eles resistirá - com ideias que nos agenciem  e  gerem ações  firmes.”


 Texto de Elton Luiz Leite de Souza

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

CONSERVADORES DESTRUIDORES.

Rui Barbosa dá título a esse artigo riquíssimo de nossa história em que critica o apoio a Floriano Peixoto afirmando não ser e não poder ser ele o destinatário dos votos e intenções da ideia conservadora. 



A transferência ao Marechal Floriano do direito de pensar dos conservadores era um erro para Rui. Neste episódio a crítica é à força do Marechal para conter a Revolução que vinha do Rio Grande do Sul, em 1893. Diz ele em seu libelo: “Conservar não é apoiar os destruidores.

Conservar não é contribuir para a desorganização das instituições.

Conservar não é derramar sangue desumana e inutilmente. 

Conservar não é impelir irmãos contra irmãos. 

Conservar não é levantar ódio entre as províncias federadas. 

Conservar não é oprimir, não é abdicar, não é empobrecer, não é matar. 

A conservação, que pregais, é a do homicídio em massa, é a da ruína geral, é a da miséria, e a do aniquilamento, triste pedestal à imensidade solitária de um crime incomensurável, que se conspira nas trevas, preparando na desordem, obra de sua política, a justificação que a deve coroar. 

A conservação é a paz, é o direito, é a liberdade legal; é a submissão de todos os poderes à carta fundamental de nossa existência regular (...) e indaga Rui: ”E vos sois os conservadores, vós os que emprestais os ombros aos arremessos da demolição sistematizada? Conservadores vós, os colaboradores, os cúmplices, os co-réus da nossa subversão constitucional? Conservadores os que não encontram uma censura para os mais violentos abusos? Os que não tem um tremor d ´alma ante os mais criminosos desregramentos do poder? Os que formam o coro laudatório deste desmantelamento geral da legalidade republicana?”