terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Brasil segue firme rumo a 1500.


No final deste mês de janeiro de 2020, através dos órgãos de comunicação, tornou-se pública a proposta da Presidência da Fundação Nacional do Índio – FUNAI de nomear um téologo e missionário de uma entidade que atua na evangelização de tribos amazônicas para a chefia do setor que cuida dcoordenação de índios isolados e de recente contato.

É fato notório que, desde o Descobrimento do Brasil em 1500, as diversas Nações indígenas aqui existentes sofreram um contínuo genocídio, com o decréscimo incessante de sua população, o que representou a extinção de várias tribos, causados por fatores diversos, como doenças exóticas, violência e desmatamento de suas terras, visando exploração para mineração, extração de madeira e pecuária.



Além destes vetores, sofreram com um contínuo processo de aculturação, vendo-se forçados a incorporarem os hábitos e costumes dos colonizadores, assim como sua fé religiosa.

A criação da FUNAI visou a tutela e defesa da população indígena em face da brutal desproporção de meios que estes detém para manter seu modo de vida, cujo um dos marcos principais é a prática ritualística e religiosa, propiciando a estes as condições necessárias não só a sobrevivência como humanos, mas, principalmente, como nações e raça.

A nomeação pretendida, para órgão que defende a parcela mais sensível e preservada da raça nativa de nossa Nação, não representa um ataque aos índios, mas a todos os brasileiros, por impingir clara infringência aos direitos e garantias fundamentais emanados da Constituição de 1988, a qual reiterou que no Brasil o Estado é laico, o que significa que as crenças religiosas são questão individual e não podem interferir em resoluções governamentais, não podendo este estabelecer qualquer forma de aliança ou cooperação, bem como, de outro viés, perseguição a cultos religiosos, ditando ser inviolável a liberdade de consciência e de crença.


Junta-se a pretendida nomeação a recente declaração do Chefe da Nação no sentido de que 'Cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós', o que deixou clara seu entendimento de que tal raça teria que alterar seu modo de vida para tornar-se “humano”.


Em face dos fatos colocados, devemos externar nossa solidariedade com nossos irmãos da raça indígena e a defesa da manutenção da laicidade do Estado brasileiro, pugnando que as ações tomadas pela FUNAI observem questões técnicas históricas inerentes à preservação da cultura índigena.



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