quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os caminhos do Brasil.

A decisão da cúpula partidária do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de não lançar a candidatura à Presidência da República de Ciro Gomes, para apoiar a candidatura Chapa Branca do petismo-lulismo, é emblemática para a caracterização do momento atual da Democracia brasileira.

Em seu site oficial (www.cirogomes.com), ao comentar tal decisão, o Deputado Ciro Gomes mostrou sua preocupação "...com a deterioração ética generalizada de nossa prática política, com a potencial e precoce esclerose de nossa democracia."

Em 1989, após 20 anos de Governos Militares e do Governo Sarney, um civil eleito indiretamente como Vice-Presidente na chapa de Tancredo Neves e representante das tradicionais aristocracias no Norte-Nordeste brasileiro, tivemos a primeira eleição direta da "Nova República" para a Presidência, após a edição da Constituição Cidadã de 1988, tendo a "festa democrática" contado com 22 candidatos dos mais diversos matizes políticos e perfis, com nomes como Collor, Lula, Brizola, Covas, Afif, Maluf, Ulysses, Roberto Freire, Aureliano, Caiado, Gabeira, Affonso Camargo e até o apresentador de TV Silvio Santos e, o então folclórico, Dr. Enéas Carneiro, candidatando-se pela primeira vez.

Já em 1994, na eleição pós-Impeachment de Collor e influenciada pela estabilidade do Plano Real, apesar da polarização Lula X Fernando Henrique, com a eleição deste em primeiro turno, havia à disposição do eleitor nomes como Quércia, Brizola, Amin e, mais uma vez, do folclórico Enéas, além dos nanicos.

Nas eleições seguintes repetiu-se a polarização PT X PSDB, pontilhada pelas candidaturas de Ciro (1998 e 2002), Garotinho (2002) e, em 2006, da quixotesca dupla Heloísa Helena e Cristovam Buarque, ambos egressos das fileiras do petismo, após inúmeros escândalos e pressões por mudanças de posições programáticas partidárias históricas.

Na democracia, ao menos em tese, o povo é o responsável pela escolha de seus governantes, que devem exercer o Poder em nome daquele, entretanto, na República brasileira a prática tem sido bem diversa, e temos visto que o eleitor somente tem referendado os nomes previamente escolhidos pelos chamados "Três Poderes": o Poder Econômico (representado pelos grandes empresários nacionais e dinheiro das multinacionais e grupos financeiros estrangeiros), o Poder dos Meios de Comunicação (representado pelos Grupos de Telecomunicações e Jornalismo escrito) e o Poder das Burocracias Partidárias (órgãos diretivos partidários que escolhem candidatos e firmam coligações).

Em Brasília, o Rasputin petista José Dirceu continua a agir livremente na implementação dos projetos de perpetração no Poder do petismo-lulismo, com o objetivo claro de implementar uma Nomenklatura tupiniquim (classe dirigente dominante e privilegiada durante o regime de Partido único do Partido Comunista na extinta União Soviética).

O Brasil precisa tomar cuidado para não se tornar uma DITADURA disfarçada em Democracia de Partido único, lastreada na popularidade de um líder populista e caudilhesco.

Um comentário:

  1. Ditadura seria a esquerda extremada tomar conta deste país, como vieram planejando desde os tempos de Getúlio. Mas, os tempos eram outros e falava-se em ética, honestidade e pureza nas intenções.
    Hoje, tudo parece ter descambado para o campo da esperteza ladina, com a corrupção correndo solta e a luz do dia. Não mais precisa usar os atalhos ocultos ou ocultar-se atrás e fachadas de honestidade.
    Não duvido das boas intenções de Ciro Gomes nem de sua competência para administrar a empresa Brasil. Ciro apenas nunca conseguiu tornar-se popular pois seu estilo acadêmico não tem o carisma necessário. No entanto, apoiar Lula foi um erro grotesco de seu partido que não compatibiliza com o que Ciro prega. Na opinião dos mais informados, também aderiu a baderna que se instalou em Brasília, embora sempre tenha desmentido. Não dá para acender uma vela ao santo e outra ao capeta ...

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