quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O neocoronelismo brasileiro.

Tratando da miscelânea que se tornou o sistema partidário brasileiro, já havia escrito o artigo “A sopa de letrinhas dos Partidos no Brasil.” (http://luizdavid.blogspot.com.br/2010/05/sopa-de-letrinhas-dos-partidos-no.html), no qual descrevi o histórico que levou a situação em que nos encontramos.

De lá para cá mais três partidos obtiveram seu registro no TSE (Partido Pátria Livre – PPL, Partido Social Democrático – PSD e Partido Ecológico Nacional – PEN).

Surgiram, ainda, novas iniciativas no mesmo sentido, como a fundação da Aliança Renovadora Nacional, a nova Arena, que se diz de caráter conservador, o Partido Alternativo dos Trabalhadores – PAT, o Partido Solidariedade – PS, articulado pelo Deputado Paulinho da Força Sindical, além da enigmática e generalista iniciativa denominada “O Novo Partido” (http://www.onovopartido.com.br/).

Agora, a ex-Ministra, ex-Senadora e presidenciável Marina Silva, juntamente com seu grupo político, denominado “Nova Política”, anuncia a criação de mais um partido, buscando abrigá-los e lastrear sua nova candidatura à Presidência.

O que merece destaque neste processo é o questionamento de que se, realmente, existem divergências ideológicas tão relevantes justificadoras da existência e criação destas legendas, ou se simplesmente cada um deles somente reflete a tendência personalista e caudilhesca da política brasileira, com a criação de várias legendas com direito a acesso ao Fundo Partidário e ao Horário Eleitoral Gratuito, ambos custeados com recursos públicos, como forma de expor de forma privilegiada os “donos” e elites burocráticas destes feudos políticos.

Seria mais honesto que se utilizasse, como nas atividades comerciais, ao invés de nome de ideologias que nada tem haver com os objetivos dos novos partidos, o nome de seus “neocoronéis”, criando-se o Partido “fulano de tal” e assim por diante.

Mas, como sempre, fica o alerta, a sustentação de tal sistema depende também da participação do povo, com a coleta de assinaturas para a criação de legendas e através do exercício do voto, cabendo a cada um de nós pensarmos no Brasil e na comunidade que realmente queremos.


P.S.: Conforme noticiado pelo Portal iG (http://colunistas.ig.com.br/poderonline/):

A ex-senadora Marina Silva decidiu recorrer às redes sociais para definir o nome do novo partido que vai criar para embarcar na corrida eleitoral do ano que vem. As opções colocadas até agora fogem bastante do padrão da política tradicional.
Até agora, estão em votação Semear (Sustentabilidade, Educação, Meio Ambiente, Ética e Renovação), Gaia Rede Verde, Plural e Partido da Terra e Brasil Vivo. O anúncio com o resultado da votação será feito em 16 de fevereiro, em Brasília.



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