quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Reminiscências...

Andando pela cidade vi uma criança brincando, ou melhor, se lambuzando, com um pirulito em forma de boca, querendo se maquiar de palhaço. A mãe, é claro, ficou muito brava com a sujeira feita, mas o pequeno se divertia, zanzando de um lado para o outro.
Lembrei-me de minha infância, onde o domingo era o grande dia da semana, acordava cedo e ficava papeando com meu vô Luiz, que se sentava em um banco na cozinha.
Após, invariavelmente, íamos ao Cemitério, subindo pela Rua Senador Dantas, onde adorava passar por uma calçada que, até hoje, tem alguns degraus, nas proximidades da esquina com a Rua Dom Antonio Cândido Alvarenga.
Percorríamos alguns túmulos dos quais eu já sabia de quem eram, nossos antepassados, e as histórias deles, contados pelo vovô, o qual hoje se encontra repousando num deles.
Após, o momento épico, enquanto o vô Luiz se reunia em torno de uma mesa para jogar seu tradicional dominó com os amigos, no tradicional Bar do Pedrão japonês, na esquina das ruas Senador Dantas e Cândido Vieira, podia saborear um dos saborosos sorvetes caseiros que eram vendidos por lá, preferia o picolé de abacate, mas os de coco, maracujá e morango também eram deliciosos...e este, como ao menino do começo da história, deixavam o entorno de minha boca todo vermelho, como a pintura de um palhaço... 
E assim, em um simples momento, no meio da rua e de todos, viajei no tempo... lembranças que me orgulham de ser chamado de Luizinho, pois um dia caminhei de mãos dadas com um Vô Luiz que era muito maior, em sabedoria e em carinho, sempre de seu jeito simples de ser, e me tornei assim Luizinho, um diminutivo espero não só do nome, mas das qualidades dele.



Um comentário:

  1. Abençoada sensibilidade, Luizinho...Se houvesse mais LARES como o seu, com certeza este mundo estaria bem mais amoroso, mais colorido !

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