segunda-feira, 16 de maio de 2022

Terceira via busca seu “dream team”.

Atualmente, a atenção de muitos, quanto à eleição presidencial, está voltada para encontrar uma candidatura na denominada “terceira via” que possa obter crescimento capaz de mudar o cenário de polarização entre Lula e Jair Bolsonaro,  o que vem sendo diagnosticado, desde o final do ano passado, pelas pesquisas de opinião pública.

Enquanto isso, Lula já definiu o ex-governador Geraldo Alckmin como seu companheiro de chapa e Jairo Bolsonaro diz que é quase certo que seja acompanhado pelo General Braga Netto.

Assim, não só o cabeça de chapa, mas também, a escolha do vice ganha importância na questão da formação de uma chapa que busque aglutinar as forças mais ao centro do espectro político.

Apesar da Vice-Presidência no Brasil não ter a magnitude que lhe foi dada nos EUA, onde, inclusive, lhe cabe o comando do Senado, a história nos mostra que a questão da substituição dos titulares do executivo brasileiro causaram mudanças sensíveis, nem sempre sem traumas. 

Ainda no império, a abdicação de Pedro I, quando seu filho era ainda uma criança, levou a um período regencial com várias revoltas. A República, nascida de um golpe militar, teve seu primeiro presidente substituído, após crise política, pelo vice Floriano Peixoto. 

Afonso Pena acometido por uma pneumonia e falecido no Catete, Rodrigues Alves vitimado pela gripe espanhola antes da posse, o suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros, a enfermidade de Costa e Silva, a morte de Tancredo Neves e, mais recentemente, os impedimentos de Collor e Dilma, são episódios que mostram situações de crise geradas pela posse, ou não, dos respectivos vices, mostrando a importância da posição dentro do xadrez político-institucional brasileiro.



O autodenominado centro democrático, inicialmente formado por União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania, tem encontrado dificuldades para manter o diálogo entre seus representantes, muito pelo anseio da manutenção das candidaturas próprias já lançadas de Luciano Bivar, Simone Tebet e João Dória, sendo que Eduardo Leite ainda corre por fora dentro do ninho tucano, em busca de espaço em uma eventual chapa do grupo, e o ex-Juiz Sérgio Moro ainda não descartou sua candidatura.

Mesmo que haja um consenso sobre eventual titular na chapa a ser formada, o candidato a vice pode vir de fora da lista de pré-candidatos a presidente, numa tentativa de formação de um “dream team” da terceira via, buscando impactar o eleitorado e viabilizar uma mudança de cenário.

Para isto, o nome escolhido, num primeiro momento, deve ter um grau de conhecimento suficiente junto ao eleitorado, baixo índice de rejeição e não ter problemas com a justiça, para que não tenha que, já de início, ter que justificar sua vida pregressa.

E, como numa dupla de bailado, é necessário que haja sintonia do escolhido para a missão de completar a chapa com titular. Superadas tais questões, se o perfil escolhido for diferente do titular, possibilitará agregar um eleitorado diferente do que aquele atinge, seja regionalmente, ideologicamente ou por questões de raça, gênero ou religiosa.

O mais difícil, entretanto, visto que o processo decisório do voto não é somente racional, será encontrar um nome que possa ajudar a despertar novos sentimentos junto aos votantes, diferentes dos hoje colocados pelas candidaturas líderes, e que possibilite a subtração de intenção de votos destes, na busca de um espaço que leve a terceira via ao segundo turno.

As variáveis são muitas e a aproximação do mês de julho, onde se inicia o período legal das convenções partidárias, tende a acelerar o processo de concretização das negociações, caberá aos dirigentes partidários a busca da conjugação de seus interesses com os do eleitorado, em busca da formação do “dream team” da terceira via.

Um comentário:

  1. Pelo que vejo, não haverá tempo ágil para essa terceira via. O tempo pouco para construção desse novo candidato a terceira via....

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